quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

The good old times

Apenas um curto texto para relembrar uma época em que os construtores de automóveis não se davam por satisfeitos, e que como tal deu origem a carros lindíssimos.
O mais fascinante é que isto aconteceu com carros "normais".
Exemplos, da mesma marca, Lancia, da qual se poderiam dar bem mais!

Lancia Flavia.



Apresentado na feira de Turim de 1960 como uma elegantíssima  e avançada (tracção frontal, discos de travão nas 4 rodas, motor boxer) berlina, não tem de esperar muito até que em 1962 seja apresentada a versão Coupé desenhada e construída por Pininfarina com linhas arrebatadoras.





No mesmo ano de 1962 Zagato apresenta a sua interpretação do Flavia Coupé. Concentrados na leveza e aerodinâmica do conjunto, Zagato apresenta um Coupé com um desenho inovador (da autoria de Ercole Spada, na altura a trabalhar na Zagato) e duma beleza inequívoca.
A construção em alumínio e a utilização de plexiglas nos vidros laterais garantia uma redução de 100kg face ao coupé Pininfarina.







O mesmo aconteceu com outro brilhante Lancia, o contemporâneo Fulvia.

Apresentado em Genebra em 1963, utilizava a mesma base (se bem que mais curta) e layout mecânico, mas substituindo os motores boxer pelos míticos V4.


Dois anos mais tarde, também em Genebra, é apresentado o belíssimo Fulvia Coupé.









Na próxima foto é visível a fabricação de um Fulvia HF, reconhecível pelas portas e capot (e tampa da mala também, mas que não é visível na foto) em alumínio, para maior leveza.

Mais uma vez, como se não fosse suficiente a beleza e as performances do pequeno Fulvia, Zagato é novamente chamado a produzir uma criação sua com a base do Fulvia.


O Lancia Fulvia Zagato é apresentado em 1965, com carroçaria em alumínio e um desenho deslumbrante.

Publicidade da época 






O extremo desta multiplicidade de versões "para todos os gostos" é patente no Flaminia, apresentado em 1957.




À belíssima berlina desenhada por Pininfarina, junta-se nada mais nada menos que 3 variantes de Coupés, por Pininfarina, Zagato e Touring, e um Cabriolet pela ultima.

Coupé Pininfarina, com 4 lugares, feito uma base 120mm mais curta que a berlina:



Flaminia GT, pela Touring, usando uma base ainda mais curta (menos 350mm que a berlina), sendo apenas um 2 lugares.
O Cabriolet era basicamente o mesmo carro, sem tejadilho.



Flaminia Sport, pela Zagato, com a sua tradicional carroçaria em alumínio, e com um desenho fabuloso.





Publicidade de época

Poderia estar aqui a falar de todas as particularidades de cada um dos modelos, mas o que me fez escrever sobre estes carros foi a estética. A perseguição que marcas como a Lancia fez para a conquista da elegância e beleza... Uma época em que os carros não eram desenhados por "focus groups" de clientes alvo, não eram uma "mediana de preferências", mas sim uma construção puramente estética, ou quanto muito estética e aerodinâmica.


Já passamos por fases mais estéreis no design automóvel. Ao fim de 15, 20 anos com muito poucas fontes de inspiração e desejo no mercado automóvel (mais uma vez falo de carros "normais", não supercarros), hoje volta-se a ter criações que nos fazem novamente suspirar... Mas, e com grande mágoa o sinto, nunca mais viveremos uma época dourada de design automóvel. A personalização, a exclusividade das versões verdadeiramente especiais (não as que o dizem ser porque têm alguns autocolantes e um desenho de jantes diferentes)...

Resumidamente, we have to remember thegood old times...

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